segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

ILUSTRARTE

Sempre quis ir à Ilustrarte mas, por variadas razões, deixava sempre escapar o prazo. Este ano, quando ouvi que os desenhos estavam dentro de gavetas que os visitantes teriam de abrir para ver, pensei que era mesmo imperdível. Para já porque implica uma acção da parte do visitante, que normalmente se julga passivo – pelo menos fisicamente –, para ver o que quer ver (sem ser esta nova moda dos “touch screen” e outros que tais). Depois, porque realmente existem gavetas em todos os museus (geralmente nas reservas) que protegem os desenhos, tecidos ou outros da luz (que pode causar danos irreversíveis). Daí que as gavetas me pareceram uma óptima ideia!!

E fui! O Museu da Electricidade é bastante informal no acolhimento, é gratuito e tem a fabulosa vantagem de ter uns cacifos no qual podemos deixar toda a traquitana de modo a podermos entrar de alma mais leve no museu. Desta vez ia mesmo só ver a Ilustrarte pelo que entrei directamente para o primeiro andar e fiquei logo impressionada: o espaço amplo e luminoso é, de facto, uma grande vantagem.
O Manuel (2 anos) quis correr para os livros que dispõem de forma muito original e descobriu livros repetidos lá de casa: o homenageado desta edição é António Torrado, quanto a mim o melhor escritor de histórias infantis (?) vivo.

Depois fomos espreitar as gavetas. Que giro! Para já a exposição fica mesmo bonita com os móveis e os grandes candeeiros que fazem lembrar postos individuais de leitura ou… mesas de cabeceira, claro! O sítio onde todos os leitores têm livros!
Bem, com o bebé ao colo revelou-se depois um pouco cansativo estar a abrir todas as gavetas, mas o esforço valeu bem a pena! Há ilustrações lindas! E estão presentes ilustradores portugueses: Bernardo Carvalho, André da Loba, André Letria e a dupla Daniel Lima e Cátia Serrão
Paralelamente decorre a retrospectiva do pintor e ilustrador Martin Jarrie, cuja obra vale a pena conhecer.

Acho que é imperdível para toda a gente, mas destaco grupos-alvo: crianças com mais de 6 anos, artistas e leitores de livros com imagens.  Quanto a mim, considero que a ilustração é uma arte que se pode elevar ao nível de qualquer outra (pintura, escultura, instalação, etc).
Ah, e outros pontos positivos: poder folhear os livros e poder desenhar.
Quem quiser ir pode aproveitar para levar pic-nic, comer qualquer coisa na relva e depois dar uma caminhada à beira Tejo! Tudo gratuito!
"Que um ilustrador ame a pintura, não é de admirar.
Mas quando esse amor se transforma em paixão, o ilustrador transforma-se em pintor... e tudo pode acontecer.
O que era realista, hiper-realista, passa a ser pessoal.
Os colossos tornam-se maquinais.
Os animais, espantosos.
Os alfabetos, fabulosos.
As cozinhas, grandes como jardins.
E os Jacintos e as Rosas exalam perfumes, como só as flores pintadas com paixão o podem fazer!"
Ju Godinho e Eduardo Filipe (comissários da Ilustrarte)

Marta Guerreiro

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Para servir de inspiração

“There is no right or wrong way to visit a museum. The most important rule you should keep in mind as you go through the front door is to follow your own instincts. Be prepared to find what excites you, to enjoy what delights your heart and mind, perhaps to have esthetic experiences you will never forget. You have a feast in store for you and you should make the most of it. Stay as long or as short a time as you will, but do your best at all times to let the work of art speak directly to you with a minimum of interference or distraction.” (David Finn, How to visit a Museum, New York, Abrams, 1985)

... e a fotografia, de uma exposição no MoMA em 1939, retirada de: STANISZEWSKI, Mary Anne, The Power of Display, A History of Exhibition Installations at the Museum of Modern Art, The Mit Press, Cambridge, Mass.; London, England, 1998